CARTA DOS SERVIDORES MUNICIPAIS À COMUNIDADE ACADÊMICA

Há quase um mês os servidores municipais estão em greve. As reivindicações são: Reposição Salarial de 16,67%; implementação do Plano de Carreira, Cargos e Salário; Pagamento da Progressão Funcional e o Fim das Perseguições aos Servidores.
Estivemos pelo menos um ano tentando negociar com o Prefeito Silvio Barros II para impedir que a greve fosse deflagrada. Todos os pedidos foram rejeitados pela atual administração municipal.
Diante da intransigência do Prefeito, fomos obrigados a decretar a greve a partir do dia 5 de junho, mas até agora nenhuma proposta foi feita pelo Prefeito no sentido de colocar um fim à greve. Ao contrário, cada dia que passa nossos direitos são mais ameaçados, nossa dignidade aviltada e nossas reivindicações rebaixadas pelo Prefeito Silvio Barros II.
Desde o início da greve o Prefeito oferecia 4,53% de reposição salarial, alegando que não poderia oferecer mais em função da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Isso é uma inverdade, já que a LRF impede o aumento salarial, não o reajuste.
Agora, o Prefeito está propondo 0,39% de reposição, alegando que a Lei Eleitoral impede dar reajustes. Mais uma inverdade, posto que a Lei Eleitoral só impede o reajuste para os setores em âmbito Estadual e Federal, esferas nas quais realizar-se-ão as eleições deste ano.
Depois de atendermos diversas vezes as exigências da atual administração, no sentido de liberar os caminhões para a coleta de lixo, fomos enganados com a promessa de que o Prefeito sentaria para negociar. Não houve nenhuma negociação e nenhuma proposta foi assinada pelo Prefeito.
Buscamos pressionar o Prefeito por meio de uma ocupação simbólica e pacífica no Paço Municipal, mantendo-nos naquele espaço esperançosos de que seríamos recebidos pelo Prefeito. Nenhum servidor em greve danificou o patrimônio público.
A resposta do Prefeito foi mais uma vez a intransigência, a violência e a brutalidade.
No dia 29 de junho, mais de 300 policiais, armados com revólveres e cacetetes, invadiram o Paço Municipal para reprimir brutalmente os servidores. Cães estavam do lado de fora, aguardando ordens para morder os servidores. A Tropa de Choque foi ativada para acentuar a repressão.
Os servidores foram arrastados pelo piso, mulheres arrancadas pelos cabelos e servidores de idade mais avançada apertados com força descomunal. Mais de 12 policiais arrancaram à força a Presidente do Sindicato e o advogado da entidade algemado no exercício de sua profissão.
A ação da Polícia foi ordenada pelo Prefeito com o aval do governador Roberto Requião. Mais de 46 servidores foram detidos, como se fossem criminosos e não trabalhadores lutando por direitos.
O Prefeito, em conjunto com o Delegado Chefe da Polícia Civil, Antônio Brandão Neto, montaram uma espécie de “sub-delegacia” dentro da Prefeitura, deixando clara a parcialidade do Delegado.
Insatisfeito, o Prefeito cortou os salários dos servidores, mesmo a greve sendo legal. O Prefeito agora tenta atacar os servidores naquilo que existe de mais desumano: a fome.
Centenas de servidores, pais e mães de famílias, não possuem o que comer nem como alimentar seus filhos. A situação é desesperadora.
Por isso, estamos pedindo para que toda a Comunidade Acadêmica – professores, servidores técnico-administrativos e estudantes – se somem num grande ato de solidariedade aos servidores municipais.
Independente da opinião de cada um a respeito da greve, estamos pedindo que a Comunidade Acadêmica ajude centenas de pais e mães de família a sobreviverem. Não é o apoio à greve, mas à vida desses trabalhadores que está em jogo. Não deixe que pais e mães de família passem fome por causa do Prefeito. Precisamos muito de sua ajuda.

Deposite aquilo que estiver de acordo com suas possibilidades.
Conta Corrente: 182-8; Agência: 1546-3; Banco: Caixa Econômica Federal.

Doe alimentos no endereço: Rua Neo Alves Martins, nº 1334 – 1º Andar – Vila Operária.

SISMMAR – Sindicato dos Servidores Municipais de Maringá

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